Masmorra da Tortura, idealizado por Raul Tabajara e Monique Moon, é uma experiência indie que ultrapassa os limites do entretenimento: ele transforma o jogador em protagonista, caricaturado em pixel art, dentro de um beat’em up retrô e cômico, desenvolvido como projeto acadêmico na Fatec Carapicuíba, em 2017.

Para quem quer experimentar essa criação única, o jogo está disponível para download gratuito em formato compactado de cerca de 173 MB. Se você tem interesse em conhecer por dentro o jogo, não deixe de baixar esse arquivo. É uma ótima oportunidade para revisitar ou descobrir essa inovação indie nacional.

Mas o grande barato deste game é jogá-lo de forma rápida, limpa, grátis e no seu navegador preferido, em modo online, permitindo assim testar o game no computador, tablet ou smartphone. Siga o link para entrar na brincadeira.

Se você quiser acompanhar a atmosfera e a magia por trás da experiência, há um vídeo no YouTube que mostra a “experiência” do jogo, com cenas do público interagindo com a caricatura dentro da masmorra pixelada. Siga o link.

Além disso, no site de Raul Tabajara, existem timelapses e making of detalhando como foram feitos os sprites e caricaturas usados no game — uma excelente oportunidade para entender a técnica e o processo criativo por trás da arte que torna o jogo tão marcante.

Raul é um game designer e artista digital com uma trajetória diversificada que vai muito além de Masmorra da Tortura. Seu portfólio inclui: arte para Mega Drive (2003), iniciando sua carreira na indústria. Colaboração com a Carranca Games, em produções como O Frango Atirador (2014), Kaiju: Infestation (2014), Dinossauros VR (2015), Zumbi Olé (2016), Bacon Lee (2014/2017) e Sherifinger (2017) — este último também voltado a ativações ao vivo com pixel art.

Essa história evidencia o talento versátil de Raul: de arte clássica para consoles a jogos educativos, análises sociais e experiências experimentais. Um exemplo clássico do game designer brasileiro, que produz games para brasileiros.

No universo indie nacional, Masmorra da Tortura brilha por sua originalidade, técnica e envolvimento do público. É uma criação que une arte digital, gamificação e nostalgia — tudo com um toque pessoal: o jogador se enxerga como herói em pixel art. É de longe um dos mais criativos jogos nacionais, anos-luz de distância dos famigerados “mais do mesmo”.

Sobre a programação do jogo:

O game Masmorra da Tortura foi desenvolvido com base em HTML5 + JavaScript, em conjunto com recursos do Canvas e bibliotecas auxiliares para manipulação de gráficos em pixel art. Alguns pontos interessantes da programação em JavaScript do projeto podem ser destacados:

1. Uso intensivo de Canvas 2D

O núcleo do jogo usa a API <canvas> do HTML5 para renderizar cenários, personagens e animações. O JavaScript gerencia os sprites dos personagens caricaturados, desenhando-os frame a frame conforme o loop de jogo.

Isso permitiu que o game fosse portável para qualquer navegador moderno, sem exigir plugins adicionais.

2. Estrutura de loop do jogo

Um game loop clássico foi implementado em JavaScript, controlado por requestAnimationFrame para garantir fluidez nas animações. Esse loop atualiza posições, detecta colisões e chama as funções de desenho.

A lógica segue o padrão de beat ’em up, com detecção de inimigos próximos e execução de ataques.

3. Sprites e animações personalizadas

Cada caricatura inserida no jogo é transformada em um sprite sheet, manipulado via JavaScript. O código utiliza arrays de coordenadas para alternar entre frames de caminhada, ataque e dano. Isso dá vida às caricaturas, mantendo a estética retrô, mas com um toque personalizado.

4. Colisão e detecção de área

O sistema de colisão foi implementado de forma simplificada, geralmente com bounding boxes (retângulos de colisão). A lógica em JavaScript verifica sobreposição entre hitboxes dos personagens e ataques, disparando efeitos de dano.

5. Input via teclado

O controle é todo gerido via eventos JavaScript (keydown, keyup), convertendo teclas em ações (andar, atacar, pular). A simplicidade desse sistema faz com que o jogo possa ser jogado diretamente em PCs sem configuração extra.

6. Caricaturas em tempo real

Um dos diferenciais mais técnicos é a possibilidade de inserir caricaturas criadas na hora dentro do código. Isso é feito com upload ou conversão da caricatura em spritesheet, incorporada ao array de personagens disponíveis.

O JavaScript cuida de redimensionar e integrar o sprite ao loop, permitindo que o visitante jogue com seu próprio avatar.

7. Som e interatividade

Os efeitos de áudio são manipulados via HTML5 Audio API integrada ao JavaScript. Cada ataque ou colisão dispara um efeito sonoro específico, sincronizado pelo loop.

Curiosidade técnica: Raul Tabajara e sua equipe relataram que o código foi pensado para ser didático, ou seja, além de funcionar como jogo, também serve como material de aprendizado para programadores iniciantes — mostrando, na prática, como combinar Canvas, lógica de sprites e inputs em JavaScript para criar um jogo jogável.

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