Os autores Renato Degiovani e Kao Tokio estão empenhados com grande expectativa na realização da campanha de financiamento coletivo do projeto Indie Brasilis na plataforma Catarse, que teve início no último dia 25 de julho e segue até às 23h59m59s do dia 23 de setembro.
A compilação de informações e conteúdos encontrados para a produção do material foi uma etapa tremendamente estimulante e a perspectiva de conseguir atingir a meta para realizar a publicação é foco de toda essa energia voltada para o projeto.
Abaixo, elencamos cinco razões para os interessados no universo do design digital e, mais detidamente, em sua esfera lúdico-interativa, por meio dos games, investirem no financiamento coletivo da obra:
1 – As incríveis histórias dos estúdios brasileiros que jamais foram contadas:
Por meio do extenso levantamento de dados realizado para escrever sobre o processo de criação dos games brasileiros, de 1981 a 2024, os autores se depararam com histórias incríveis vividas pelos estúdios e seus desenvolvedores, com direito a dramas, karmas e momentos de superação dignos de roteiros das melhores narrativas interativas.
Parte desse rico acervo de vivências, convertido em texto, está disponível neste site, mas o encadeamento de históricos na fluidez retórica da obra literária oferece um nível mais envolvente de imersão
2 – Reconhecimento do nível de excelência da produção nacional de jogos digitais:
Outro aspecto importante que se evidenciou com a pesquisa foi a profusão de casos de jogos brasileiros que apresentam elevadíssimo nível de excelência em quesitos diversos, como qualidade artística, contextos narrativos densos e bem elaborados, gameplay envolvente e outros tópicos igualmente relevantes, que mostram a inventividade e as soluções encontradas para desenvolver games atraentes mesmo frente às muitas limitações impostas pela dura realidade cotidiana do povo brasileiro.
Ao atestar tais qualificações, elaboramos um justo reconhecimento do alto padrão de produção de jogos digitais pelos estúdios do país, algo mais que merecido!
3 – Manutenção do legado desenvolvimentista do país como base para o futuro
Uma das questões mais preocupantes para qualquer cultura é a falta de um registro histórico consistente, capaz de oferecer um panorama das realizações de seus criadores desde o início destas mobilizações.
Longe de constituir um documento completo e determinante do que foram estes 44 anos de game design nacional, o Indie Brasilis traça um caminho inicial para acompanhar e entender o significado e o legado desse marcante período, com os muitos altos e baixos da inconstante realidade brasileira.
A continuidade do projeto por meio de site e canal de vídeos, para além da obra impressa, busca dar a devida amplitude a este rico material e à análise do processo de criação de jogos pelos desenvolvedores e estúdios brasileiros.
4 – Tetris (o filme)
Aqui, você leitor se pergunta ‘o que esse filme tem a ver com o game design nacional?’ – ok, em princípio, nada.
No entanto, a chegada desta incrível história às telas dos cinemas nos faz atentar para um significativo elemento da cultura contemporânea, que é o legado histórico e sociocultural onde se dão tais revoluções no campo do entretenimento.
Especificamente no caso de Tetris, a obra cinematográfica, nada daquilo teria chegado às telonas não fosse o trabalho admirável de Jeff Ryan, com a investigação que, mesmo não creditada, serviu como base para a realização do filme, a partir do lançamento do livro Nos bastidores da Nintendo (Super Mario: How Nintendo Conquered América, no título original), publicado originalmente em 2012.
Não creio que a gente possa ensejar, em terras brasileiras, chegar tão longe com o registro da história dos games brasileiros, mas é importante compreender a dimensão que uma pesquisa densa e bem conduzida pode alcançar junto à cultura de massa e no imaginário popular.
5 – A amplitude da proposta, com site, canal de vídeos e a Galeria IndieDevs
Como afirmado um pouco acima, a continuidade do projeto para além da obra impressa é uma peça fundamental para a atualização desse legado que vem sendo construído a muitas mãos, com ‘sangue, suor e pixels’ (parafraseando o título de Jason Schreier em sua obra literária de 2017).
Empreender no Brasil nunca foi fácil e, como já atestou Renato Degiovani em várias falas, a falta de seriedade com que é vista a produção de jogos digitais no país torna tudo muito mais difícil, incluindo o próprio registro desta produção cultural.
Ao investir no projeto, o público interessado está criando condições para que a história do desenvolvimento de games do Brasil se torne mais conhecido e, por consequência, também os estúdios brasileiros, fortalecendo os laços do povo com sua produção cultural.
Não menos importante, por meio da proposta da Galeria IndieDevs, pretendemos dar uma ‘cara’ ao desenvolvedor brasileiro, para que se torne uma personalidade tão conhecida como Shigeru Miyamoto, criador do Super Mario, ou Hideo Kojima, de Death Stranding.
Afinal, quantas pessoas conhecem a face dos criadores de Horizon Chase, um dos mais famosos games de corrida da atualidade (e 100% brasileiro)? E Renato Degiovani, o 1º Game Designer do país, e renomado pela criação de Amazônia e Jogo do Mensalão?
Sim, conhecer nossos criadores de jogos é imperativo e urgente. Para se cadastrar, basta acessar a página neste link.
A campanha de financiamento coletivo do Indie Brasilis está aberta até a terceira semana de setembro desse ano e toda colaboração é bem-vinda. Para apoiar a iniciativa, basta acessar nossa página no Catarse, em catarse.me/IndieBrasilis.
Imagem: fotomontagem